Ao fundo estava a sala dos tesouros, uma sala cheia de móveis antigos, alguns envidraçados mostrando joias de outros tempos.
O sol nesse dia lembrando-se de espreitar pela janela bateu lá em cima e um objeto respondeu-lhe soltando luzes de diferentes cores.
Colocando-me nas pontas dos pés, tentei espreitar:
– Que bonito! O que está ali em cima?
– São os binóculos da minha avó, respondeu-me ele tirando-os do móvel e colocando-os na minha mão.
Segurei nos binóculos com cuidado e ao revirá-los lentamente brotaram lindos tons rosas e azuis.
– Vês? São de madrepérola como o interior de algumas conchas do mar. A madrepérola é chamada de mãe das pérolas… continuou ele
Conchas? Mar? Pérolas! Oh, claro que sim! Afinal eu estava na sala dos tesouros e tudo era possível.
Para construir uma ópera são necessários vários elementos. Começando pelo escritor original passando ao libretista, aos cantores, atores que atuam num cenário inteiramente pensado, decorado, iluminado e terminando com uma orquestra que acompanha todo o musical podemos talvez indagar que seja por todas estes esforços que se dê o nome de ópera uma vez que é uma palavra italiana que significa “trabalho”.
Para desfrutar uma obra desta magnitude é importante acompanhar todos os pormenores que aparecem ao longo da peça e por isso mesmo tiveram tanto sucesso os binóculos de teatro, por isso e por serem extramente uteis no que toca a inspecionar outros espectadores, não fosse a ópera um espetáculo de entretenimento mas também de estatuto.
Os binóculos de teatro utilizados hoje em dia são uma extensão evolutiva dos primeiros telescópios, sendo que a mais antiga referência a estes objetos pode ser encontrada em panfletos de teatro do ano de 1730.
Posteriormente foi inventada uma ponte metálica que unia dois pequenos telescópios levando os binóculos de ópera a apresentarem a configuração que vemos hoje em dia apenas com uma desvantagem, teriam de ser focados independentemente, pelo menos até ao ano de 1824, quando em Paris Piere Lemiere inventou a roda de foco para ambas as lentes em simultâneo.
Assim, de uma invenção de Galileu formou-se um objeto de puro luxo e lazer muitas vezes decorado com pedras e metais preciosos que marcavam posição nestes eventos sociais.
“Ópera is for a life time not just for a minute”
Kiri te Kanawa
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